“Toda empresa precisa ter uma estrutura de controle capaz de aferir se o Programa de Compliance está acontecendo na prática empresarial ou se é simplesmente um documento para ser lido e posto de lado”, pontua Gabriel Neiva de Lima, advogado e sócio do escritório Neiva de Lima, Zanicotti – Advogados.
O Programa de Compliance é mensurável. Ou seja, existem métricas para comprovar se existe e atinge todos na empresa e todas as atividades ali desenvolvidas, na linguagem adaptada a cada público. Por exemplo, o treinamento dos empregados. Todos, sem qualquer exceção, devem receber uma formação sobre o programa de conformidade, de acordo com as funções que desenvolvem e os riscos a que estão expostos. Ter um certificado, o conteúdo da formação, as renovações, a reação do público é uma das métricas. Outra se refere ao monitoramento dos sistemas: sistema de contabilidade, contas contábeis, vendas, caixa gerado, níveis de crescimento, para que sejam verídicos, não manipulados.
Não basta as empresas investirem em contratação de grandes gestores/especialistas ou escritórios renomados, se não há um software para controle e monitoramento de métricas específicas. Para cada iniciativa do programa de conformidade, é importante controlar, definir e acompanhar as metas, riscos, propostas e métricas significativas para efetividade das ações.
Por fim, uma boa prática de Compliance exige testes: os fair tests. São os testes de veracidade, readequações, modificações constantes e paciência da gestão. Na implantação, é necessário acompanhar a ciência comportamental da organização, estudar os impactos da iniciativa e investir sempre em experimentação e inovação.